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  • Foto do escritorNara Guichon

Alimentação e Meio Ambiente: saiba como reduzir o impacto no planeta



Quando o assunto é meio ambiente muitas pessoas consideram como problemas apenas as chaminés das fábricas, a poluição dos carros, os lixões e o desmatamento.


Porém, a maioria das pessoas se esquece de uma prática que, segundos os estudos ambientais, é responsável por grande parte da degradação do planeta: a alimentação.


Segundo a organização WWF, a produção de alimentos consome cerca de 34% do solo e 69% de toda a água disponível nos rios, produzindo um terço de todos os gases do efeito estufa.

A indústria alimentar é ainda a maior causa de desmatamento e perda de habitat de diversas espécies.


Quando abordamos o desperdício os números são ainda mais alarmantes. Cerca de um terço de todos os alimentos produzidos no mundo não é consumido.

Alguns dados sobre o impacto da indústria alimentícia no meio ambiente


Embora muitos produtos vendam a ideia de serem saudáveis, naturais ou criados com respeito à natureza, a realidade mostra um cenário completamente diferente.


Boa parte dos produtos que encontramos nas prateleiras dos supermercados utilizaram, durante o seu processo de produção, práticas pouco éticas de consumo dos recursos naturais.


Para se ter uma ideia, para produzir um quilo de carne bovina são necessários mais de 15 mil litros de água. Para cada quilo de chocolate são mais de 17 mil litros de água. Somente a agricultura consome cerca de 70% de toda a água potável utilizada pela indústria mundial.


Outra questão assustadora é o desequilíbrio ambiental provocado pela combinação de monocultura e uso de fertilizantes e pesticidas químicos.


Em regiões onde são cultivadas grandes plantações, observa-se um círculo vicioso onde grandes quantidades de substâncias químicas vão sendo depositadas no solo, contaminando os lençóis freáticos e criando alimentos com alta carga de compostos cancerígenos.

Água necessária para produzir diferentes produtos. Fonte: Sociedade Vegetariana Brasileira / Planeta Sustentável / Sabesp.

Não bastasse todo o impacto direto, a indústria alimentícia ainda gera diversos problemas secundários. A grande maioria dos produtos industrializados utiliza massivamente transportes poluentes para chegarem até seus consumidores. Quando mais consumimos, mais poluição promovida por carros, vans e caminhões estamos produzindo.


Outro fator que não pode ser esquecido é a produção direta e indireta de lixo, que em sua maioria não é devidamente reciclado. Cada alimento industrializado vem dentro de uma embalagem específica e apesar da onda de conscientização sobre o problema, muitas marcas continuam investindo em embalagens cada vez mais fracionadas. Ou seja, estamos produzindo sempre mais lixo a cada vez que abrimos um simples pacote de biscoitos ou de iogurtes.


O impacto da indústria do alimento é também percebido na esfera social. Quando preferimos alimentos industrializados no lugar dos produtos criados localmente, estamos deixando de incentivar o pequeno produtor. Isso causa um efeito negativo em nosso ecossistema social e econômico, produzindo mais riqueza para as grandes marcas e desvalorizando o trabalho honesto e ambientalmente correto dos pequenos produtores.

Algumas dicas para reduzir os impactos da alimentação no planeta


Apesar deste triste cenário podemos contribuir, e muito, para uma redução dos impactos ambientais provocados pela alimentação. Algumas dicas simples podem nos ajudar a mudar nossos hábitos e a criar uma rotina alimentar mais saudável e ecologicamente mais consciente.


1 –Saiba a diferença entre alimentos in natura, processados e ultraprocessados


Ainda é muito difícil para a maioria das pessoas retirar completamente de seu cardápio os alimentos produzidos em massa, mas o primeiro passo para reduzir o consumo desses produtos é diferenciar os vários tipos de alimentos dispostos nas prateleiras.


Alguns métodos de processamento de alimentos são necessários para o consumo humano, mas em alguns casos o ultra processamento converte o alimento em veneno.


O ultra processamento transforma completamente o alimento, eliminando todas características vitais ao serem adicionados conservantes, estabilizadores, excesso de sódio e gorduras transgênicas. Essas substâncias são causadoras de diversas doenças e responsáveis pela alarmante epidemia de obesidade que atinge grande parte da população mundial.

Comida Ultra processada. Fonte: Daily Food.

Alimentos in natura: são alimentos não processados ou minimamente processados. São todos os alimentos que possuem suas características naturais, sem aditivos, conservantes ou eventuais processos de modificação, como as verduras, frutas, carnes, leite, tubérculos, grãos etc. Prefira sempre consumir alimentos deste tipo e fique atento à procedência. Opte por alimentos in natura produzidos por produtores e criadores locais e evite os produtos com selo de alimento transgênico.


Alimentos processados: são alimentos que passaram por alguma modificação para garantir maior durabilidade ou sabor mais agradável. Muitos alimentos processados possuem ainda características de sua matéria prima natural. Um bom exemplo é a farinha de trigo, que pode ser encontrada nas versões refinada (ultraprocessada) ou integral (apenas processada e mais nutritiva).


O mesmo vale para alimentos conservados em salmoura ou sal, alimentos secos, defumados e para queijos e iogurtes naturais. Neste tipo de alimento podemos ainda encontrar versões industriais e artesanais. Prefira sempre a segunda opção.


Alimentos ultra processados: são produtos que utilizam matérias primas sintetizadas em laboratório, tendo como base compostos químicos que demandam o uso de diversos recursos naturais e produzem uma enorme quantidade de resíduos no meio ambiente. São alimentos ainda com altas taxas de açúcar, sal e gordura e que possuem validade prolongada por conta das altas doses de conservantes.


Dentre esses produtos podemos destacar os biscoitos, chocolates, comida instantânea, refrigerantes, sucos em caixa, iogurtes com sabor, doces e balas. São alimentos que não podem ser feitos facilmente em casa, ou em versões artesanais, e a recomendação é que o seu consumo seja reduzido ao máximo ou banido.


Uma outra questão relevante sobre os alimentos ultra-processados é que eles quebram um elo natural do indivíduo com a alimentação. A comida industrializada não possui energia vital, fonte essencial de bem-estar. O alimento vivo é fundamental para nossa saúde, equilíbrio e estado de espírito.


Reduza ou abandone o consumo de carne e derivados


O vegetarianismo e o veganismo, além de oferecem um estilo de vida mais saudável, econômico e consciente reduzem significativamente o impacto ambiental causado pela indústria alimentícia no planeta. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), os animais mantidos vivos para o consumo humano representam quase 20% das emissões dos gases do efeito estufa.


Para manter as temperaturas globais em níveis normais para a manutenção da vida humana devemos reduzir em 90% o consumo de carnes nos próximos anos, caso contrário teremos que enfrentar um caos completo tanto no clima quanto na produção de alimentos. O ideal é que cada pessoa reduza em um terço o seu consumo de carnes semanalmente. Prefira a proteína de origem vegetal presente em alimentos como feijões, soja ou em grãos como lentilha, grão de bico e quinoa.


Não desperdice comida


Segundo a World Resources Institute (WRI) o Brasil desperdiça por ano mais de 41 mil toneladas de alimentos, estatística que coloca o nosso país dentre os 10 que mais jogam fora comida no mundo. O desperdício de comida não é apenas um problema de impacto ambiental, mas também de consciência social.


Num país com tantas pessoas abaixo da linha da pobreza, reaproveitar alimentos é uma forma de valorizar e respeitar o nosso alimento. Aprenda a reaproveitar talos, cascas e sementes dos mais diferentes alimentos. Congele suas refeições para garantir que as sobras não irão parar no lixo. Essa prática deve ser estimulada em todos os membros da família, especialmente as crianças, para desenvolver a consciência alimentar e a responsabilidade ambiental.


Prefira alimentos locais e sazonais


Produtos locais, por dependerem de menor deslocamento, acabam por emitir menos gases do efeito estufa. Os produtores locais que praticam o cultivo orgânico respeitam ainda os ciclos de cada espécie e promovem o cultivo alternado, garantindo a saúde dos solos e dos cursos d’água.


Produtos locais também tendem não utilizar pesticidas e agrotóxicos. Por produzirem em quantidade reduzida, podem abrir mão de fertilizantes químicos que são usados para aumentar a produção.


Vale a pena conhecer mais sobre feiras e eventos de reunião de produtores locais. Se informe sobre as práticas de cultivo e compre sempre dos produtores comprometidos com o cultivo ecologicamente correto. Além de ajudar o meio ambiente você estará valorizando a mão de obra local e colaborando para a renda familiar do pequeno agricultor e criador.


Outra dica importante é preferir sempre alimentos sazonais. Evite consumir frutas, legumes e vegetais fora de época.


O custo ambiental para disponibilizar um alimento fora de sua época de produção é enorme. Além disso alimentos sazonais são mais baratos e podem ser produzidos com menos uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos.

 

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