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  • Foto do escritorNara Guichon

O futuro do planeta: menos pessimismo e mais ação




O que mais tenho ouvido recentemente é que o planeta está a um passo do fim. Os meios de comunicação repetem em coro a notícia fúnebre de que o apocalipse ecológico se aproxima e que tudo está perdido. Percebo, com pesar, que muitas pessoas preferem acreditar que nenhuma ação poderá mudar essa realidade.


É importante separar as coisas. Consciência ambiental e pessimismo são assuntos que não combinam. É possível ser uma pessoa engajada ambientalmente e ainda assim pensar de modo positivo. O meio ambiente não é, ao contrário do que muitos especialistas teimam em dizer, uma causa perdida.


É bem verdade que as mudanças climáticas são alarmantes, que o aquecimento global acelera a passos largos e que o planeta pede por socorro. Mas tudo isso deve servir como motivo para uma postura enérgica de mudança imediata e não como desculpa para o comodismo.

A jovem Greta Thunberg se tornou ícone da luta por um mundo mais justo e ecologicamente sustentável. Foto: Yahoo News.

Observar o mundo em chamas e apenas lamentar a nossa sorte não irá ajudar em absolutamente nada. A visão de uma humanidade sem futuro é apenas um produto capitalista pensado para enfraquecer aqueles que lutam por dias melhores. As coisas não andam bem, mas ainda podemos reverter esse quadro.


Acredito que a esperança deva andar de mãos dadas com a ação. Devemos sim acreditar que é possível mudar o mundo, que nossos gestos, fazem parte de um movimento global em busca de mais justiça e respeito com a natureza. Há muita ganância, ódio e destruição, mas também há muitos exemplos de senso de comunidade, de gentileza e sabedoria. O mundo não é nem 8 nem 80.


Quando falamos em preservar o meio ambiente devemos lembrar que nós somos também elemento ativo desse conceito. O meio ambiente não está fora de nós, pelo contrário, estamos todos dentro dele.

A Apremavi, Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida, da qual sou colaboradora, é um exemplo de plantio de árvores e ações concretas para o meio ambiente. Foto: Divulgação.

O filósofo esloveno Slavoj Žižek possui uma visão muito peculiar sobre a natureza. Para ele, o mundo não pode ser dividido entre natural e não natural, pois tudo o que temos, desde as moléculas fundamentais de nosso organismo até as mais engenhosas máquinas, veio da natureza e para ela retornará.



A lógica capitalista moderna dividiu o mundo em duas partes antagônicas, fazendo assim com que o homem tenha medo da natureza. Uma prática que separou o homem do seu meio natural, quando na verdade, planeta, pessoas, animais, minerais e tudo o mais que existe são parte do mesmo ser.


Agir aqui e agora


O historiador e pensador israelense Yuval Noah Harari nos fala sobre a da importância da responsabilidade de nossas ações. O futuro da humanidade dependerá das decisões tomadas hoje, agora, em nosso dia a dia.


Não é preciso esperar uma catástrofe natural para consumir menos plástico, não é necessária uma lei para que uma comunidade se una em torno do plantio de árvores. Não podemos esperar o pior para agir – devemos agir com o que temos, do modo que podemos e onde estamos.


É muito importante agir de modo coerente. Noto que muitas pessoas defendem o meio ambiente sem demonstrar isso de modo efetivo. É o chamado “ativismo de sofá”. Pessoas que continuam a consumir produtos de empresas como Nestlé ou Coca Cola, ou mesmo cosméticos altamente nocivos, testados em animais, apoiando assim as gigantes industriais que liquidam a vida e que visam tão somente o lucro.

O projeto ROUTE é um exemplo de ação real pelo planeta, com a limpeza de praias em toda a nossa costa. Foto: ROUTE Brasil.

Muitas pessoas observam as notícias sobre o acúmulo de plástico nos mares, ou sobre as queimadas na Amazônia como se assistissem a um filme. Para elas aquela realidade soa muito distante. Essa não é a verdade. A realidade é que cada garrafa plástica que boia no Pacífico ou cada árvore que cai na floresta é responsabilidade nossa – minha e sua.


Todos os que consomem sem critério, que compram de empresas inescrupulosas ou que se alimentam de produtos industriais são parte desse enorme problema. A culpa não está no amanhã, está aqui e agora.


Há muitas formas de se posicionar sobre o meio ambiente. Para alguns, basta sentar e esperar que as coisas piores de vez. Esse modo de vida não faz sentido nenhum para mim. Prefiro arregaçar as mangas e fazer minha parte. Se podemos poluir, podemos limpar. Se podemos destruir florestas, podemos também replanta-las. Podemos reduzir nosso lixo, incentivar a reciclagem e valorizar o comércio de produtos locais.


Podemos preferir o artesanato de qualidade em lugar dos produtos industriais sem vida útil nem personalidade. Podemos ler sobre o assunto, conversar com outras pessoas, criar um grupo, expandir ideias e melhorar o mundo.


A esperança, quando combinada com a atitude assertiva, se transforma em uma poderosa força de mudança. Deixemos para trás as ideias de que o mundo está perdido e vejamos as chances que temos para promover mais justiça ambiental e equidade.


O tempo de agir é o presente. Este é o melhor momento para uma mudança de pensamento, hábitos e culturas. Vamos votar pela vida, agir em prol do planeta que clama tendo a certeza de quanto mais preservamos a vida, mais vida geramos, não apenas para o planeta, mas para todos nós.

 

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